Workshops que fazem falta à humanidade

- Como mascar pastilha elástica de boca fechada e sem fazer barulho, de forma a evitar que eu compre uma arma de fogo e mate alguém no metro

- Como fixar de uma vez por todas que leggings não são calças, mas sim primas afastadas dos collants

- Como ceder o lugar nos transportes públicos aos elementos de mobilidade reduzida, sem bufar de descontentamento e/ou revirar os olhos, durante o correr dessa acção

frigderific

(aumentem o volume)



O som que ouvem durante o vídeo não é do vosso computador. Não é do player, nem da vossa cabeça. Este som é meu fiel companheiro, dia e noite, no meu pequeno recinto cubano, e vem do meu querido e compacto frigorífico, protector de diversas garrafas de leite e da a ocasional embalagem de iogurte de pêssego.
De início, parecia um sonho não ter de partilhar o frigorífico com mais ninguém. Ultimamente, o seu bzzzrrrummmmm contínuo perturba-me tanto, que, como podem ver pelo filme, as minhas mãos tremem constantemente.

Qualité cubaine? Pas de tout.

De um total de três candeeiros existentes no meu quarto estou reduzida a um. O da secretária (cortesia do ATAC local e da mesada dos papis) está sem lâmpada e, aparentemente, em Cuba o pessoal acha que pode viver sem candeeiro de tecto, dado que nunca os meus ricos olhinhos o viram acender, nem nenhum senhor cubano se dignou a vir arranjá-lo.

A árvore de Natal cubana já está de pé. Segundo consta, veio directamente de Cuba, em conjunto com 40 refugiados num bote de 3m (o sr que a decorou foi o receptionista, cujo forte não é decerto a estética, dado que ele possui um rabo-de-cavalo até meio das costas).

lixo electrónico

Tenho a informar que:

- nas últimas semanas ganhei a lotaria do Canadá, do Barclays, dos EUA, da Nigéria, assim como diversas heranças em variados pontos do globo. Quem diria que a minha família era assim tão grande.

- mantenho a minha jura de que não sou, nem nunca fui um homem de 60 anos. Como tal, não irei necessitar, agora ou no futuro, de nenhum produto da família do sr. viagra, nem aprecio ter que ler mensagens como You can drill your woman all night long without having any worries.

- o pessoal da livraria da UCP foi mesmo bem escolhido, pois são pessoas cheias de fé! isto, porque continuam com esperanças de que eu compre livros religiosos para oferecer aos meus familiares e amigos pelo Natal, tendo em conta a quantidade de emails que me enviam ultimamente. Livros religiosos pelo natal... pfff, antes meias!!

higliths da semana

- vendedor de rua de pequenas torres eiffel metálicas aproxima-se de mim e da minha irma e tenta vender os seus produtos dizendo anda, maria, compra, compra, un-euro, un-euro!!
Parte gira do acontecimento: a minha irmã chama-se Maria.

- domingo, ao chegarmos à porta do museu d'Orsay, vimos a fila para entrar, que se estendia por quilómetros.
Parte gira do acontecimento: a minha amiga canadiana vermelha concede-me o estatuto de mobilidade reduzida e entramos pela porta lateral. viva!

Digno de menção

A quantidade impressionante de telemóveis que duas pessoas em erasmus conseguem reunir. Crise? Por onde andas?


A quantidade de vezes que eu digo sacana do pombo!, quando, durante as minhas caminhadas diárias, sinto uma mecha de cabelo a elevar-se, perante a razia assustadora de mais um fabuloso pombo parisiense.

A quantidade de alfacinhas que se queixa porque está um gelo, em Lisboa!!! os meus bracinhos vão cair e já tive de amputar a ponta do nariz!!, quando aqui estão sempre menos dez graus do que aí! Toughen up, people!

Frustração do semestre

Encontrei finalmente uma razão lógica e irrefutável para justificar o meu não-amor por criancinhas pequenas... francesas! Os pequenos cotos ambulantes de meio metro ainda tropeçam e caem, quando têm de pôr um pé à frente do outro várias vezes seguidas, mas já possuem um nível de francês considerável.

faux pas

Hoje, tenho vergonha de existir.
Hoje, tenho vergonha de dizer quem sou.
Hoje, merecia ter ficado dez horas em frente à televisão a ver a Praça da Alegria com o volume no máximo!
Hoje, reparei que me esqueci do aniversário do dear chiclete!! TRÊS ANOS a encher pixeis de conversa inútil e esqueci-me de celebrar a gloriosa data! OH THE PAIN, THE PAIN!!!

Dear dear chiclete,
Eu sei que tenho de olhar para a minha vida e valorizar as coisas verdadeiramente importantes. Não volta a acontecer. Juro.



baaah oui


Na segunda-feira passada, um rapaz francês da minha aula deve ter achado que eu era francesa, porque me veio ladrar qualquer coisa ao ouvido. É claro que eu pus de imediato a minha cara de sobrolho franzido nº53 heim?! e disse num tom educado you'll have to speak in english.

2 meses e 4 dias e ainda não consigo perceber o francês dos menores de 30 anos.

Relatório


O dear chiclete encontra-se estável e em recuperação lenta. Está ainda chocado pela quantidade de pessoas que não lhe ofereceram lugar no metro/comboio, perante a clara e inegável visão de uma pobre jovem com duas pernas vermelhas extra. Agradece, no entanto, à senhora da caixa do supermercado ATAC a gentileza de ter transportado o seu saco de compras e de lhe ter dado prioridade na fila.