Natal? Not yet.

Acabei de viver um momento de histeria totalmente infundamentada, porque achei que tinha ganho um carro da fatura da sorte. Abri o email - eles nunca me tinham enviado um email! Por que outra razão me enviariam um mail se não para me dizer Querida Rita, como contribuinte fidelíssima e perfeita que és, presenteamos-te com o veículo X para que possas desperdiçar o teu tempo no trânsito das ruas de Lisboa, enquanto gritas obscenidades começadas por C a todos os que circulam a menos de 10m de ti - enquanto as veias das minhas têmporas latejavam ferozmente, mas era só blá blá... vamos fazer mais um sorteio e blá blá blá.

Alguém conhece alguém a quem tenha saído um carro?

Será isto o maior engodo da história (logo a seguir à conversa que o Clinton teve com o mundo em que jurou que não tinha tido nada com a Monica)?

Há 10 anos a encher papel cor-de-rosa

10 anos, god damn it! Aposto que nunca se imaginaram a viver este momento! (provavelmente porque já não lêem o blog há 7 anos)

Em toda a minha vida, poucas coisas me trouxeram maior satisfação que escrever nesta doce página cor-de-rosa. E o melhor de tudo é saber que tenho 10 anos de vida aqui registados...
  • 10 anos de aventuras (vá, acontecimentos): + +
  • 10 anos de dores intensas: + +
  • 10 anos de lutas contra deus: + +
  • 10 anos a viver tragédias gregas: + + +
  • 10 anos a tentar escrever poesia: + +
  • 10 anos a lançar teorias: + + + + 
e que sim, serei uma criança para todo o sempre.

Eeeeee que sim, prometo continuar a escrever apenas quando tiver algo para dizer e somente quando me apetecer (sim, estou a citar-me - i'm that cool).

Conto convosco para mais 10! (ou até me fartar).

Superiormente vossa e com amor moderado,
rita(h)

A segunda coisa mais irracional do mundo

Dar um panfleto a uma pessoa que está a correr na rua. Hmm, ela vai passar por mim aceleradamente com cara escarlate pulsante e roupa de ginástica... Tome lá um papelito que pode aborrecer-se no caminho e assim tem o que ler. 

Precedida apenas pela coisa mais irracional do mundo: aceitar um panfleto enquanto se está a correr. Isso é para mim? Mas eu estou a correr! Oh mas coitadinha ela parece mesmo estar a ajeitar-se para me dar aquilo no nanosegundo que eu vou demorar a passar por ela. Ah damnit, dá cá isso.

Como é óbvio não consegui sequer focar o olhar para ler as letras coloridas do papel, dada a torrente de chuva transpiral que corria pela minha cara, mas pelo menos tive a oportunidade de viver um momento Michael Jordan e atirar o papel amachucado certeiramente para um caixote do lixo. (Minto, não foi nada sexy. Tive de abrandar imenso, e levantar a tampa do caixote). 

Slide

Tenho uns sapatos novos de sola extremamente lisa. Sublinho e engordo o "extremamente", pois esta palavra no seu estado corriqueiro não serve para explicar sequer metade da maciez que está presente na sola destes sapatos.

Quando calço estes sapatos, deslizo na calçada pintalgada de folhas ensopadas e poças de água da chuva, como se em cima de skis estivesse e galgasse uma neve brilhante e fofinha, rodeada de seres portugueses que preenchem as montanhas de Espanha com as suas obsessões de vá lá, ainda conseguimos fazer mais uma antes das 5.

Patino como quando tinha 15 anos e, durante as férias de verão,  me arrastava nos ringues de gelo ingleses de mão colada ao corrimão e rabo molhado, percorrendo metros em velocidades ora quase nulas, ora involuntariamente alucinantes.

Acelero que nem uma criança com ténis daqueles que trazem rodinhas secretas a fazer círculos apertados em torno da mãe, que se desloca a 2km/hora de mãos agarradas a seis sacos do Continente.

Correção: Tinha, deslizava, patinava e acelerava. Porque deslizei, patinei e acelerei tanto que caí duas vezes em 300m. 3 minutos depois estava sentada descalça na cadeirinha do sapateiro, enquanto ele sonoramente eutanasiava as solas escorregadias e colocava umas ásperas e SEGURAS.

A aleatoriedade dos meus sonhos claramente justifica as minhas ocasionais atitudes de estúpida

Hoje de manhã sonhei que estava num restaurante quando, de súbito, reparei que na mesa ao lado estava sentado a jantar o Clint Eastwood. Fiquei histérica (sendo o meu histerismo algo previsivelmente comedido: os meus membros congelam e as minhas costas ficam subtilmente escorregadias, mas a minha cara permanece no seu estado sério-enjoado do costume). Pensei no que lhe poderia dizer. Não era pessoa para lançar um mortalmente aborrecido adoro os seus filmes!, por isso conformei-me com uma opção honesta e disse-lhe não fui ver o Million Dollar Baby ao cinema, mas mais tarde, com alguma relutância, vi-o em casa e chorei como uma madalena de 3 anos que acabou de deixar cair o gelado ao chão e de levar um pontapé na canela do irmão mais novo. Ele sorriu e deixou-me tirar uma foto com ele, em que eu sorria descontroladamente de testa e queixo luzidios.

Momentos depois estava a sonhar que tinha fungos em forma de pequenos morangos que me nasciam por todo o corpo. Assim que acordei, fui pesquisar "morangos fungos" no telemóvel (graças a deus só apareciam morangos com bolorzinho, tudo alheio ao corpo humano). Só me recordei desta parte hoje à tarde quando pesquisava qualquer outra coisa. Brrrggg.

Alguns feitos memoráveis que demonstram claramente que, apesar de perfeita, vivo o ocasional momento de burrice como todos vós

Aquela vez em que dei um beijinho à Murphy logo a seguir a ter-lhe posto a ampola para as pulgas e fiquei o resto do dia com os lábios dormentes ao estilo anestesia hardcore comum apenas nos recém des-sisados.

Aquela vez em que achei que era perfeitamente exequível beber um chocolate quente do Starbucks acabadinho de servir num carro em andamento sem me queimar ou sujar.

Aquela vez na 1ª classe (bibe castanho para os João de Deus connoisseurs) em que no espetáculo de natal no Teatro Maria Matos, estávamos organizados em 2 grandes filas indianas, eu levei a miúda que liderava a minha fila a acreditar que tínhamos de ir para a esquerda em vez de para a direita e a cortina do palco desceu, anunciando o fim da atuação, tendo a nossa fila ficado do lado da plateia e as gargalhadas enchido os nossos ouvidos, enquanto as nossas bochechas se enrubesciam.

Pronto, já não estão sozinhos na vossa imperfeição :*

Ontem tive uma epifania

Apercebi-me de que as jardineiras não são mais do que aventais com pernas. Ou invertendo para chegar ao provável racional, são umas calças a quem alguém se lembrou de juntar um babete para não sujar a camisa durante pinturas de tectos e paredes (ou, se forem como eu, durante o processo de transferir a sopa depois de feita para um tupperware - nada como juntar a um post inútil um momento gritante de orgulho sim, eu sou crescida e faço sopa*).

Esta descoberta é extremamente importante pois vem suportar a minha vontade de ver implementada uma lei que proíba o uso desta peça em ocasiões que não as acima descritas.

É isto que o povo quer, malta do governo. Leis ÚTEIS.


*As duas mentiras completas.

Imaginem então quando tiver filhos. Bam dum tss.

Queria só dizer ao mundo que hoje, depois de 29 anos e qualquer coisa de imaculada existência, senti-me finalmente "exausta". Não estou cansada, nem fatigada. Também não é mariquice. Exaustão é verdadeiramente o único vocábulo que traduz a sensação física que neste preciso momento ocupa todo o volume do meu metro e 57.

Fun fact: ontem dormi 10 horas e hoje nem sequer usei o cérebro no trabalho.

Vou lançar a teoria

Em momentos de aborrecimento profundo em que o coração abranda de tal forma que pensamos que nos tornámos no Ronaldo e estamos placidamente a correr num relvado ou em que o cérebro está de tal forma inutilizado que demoramos 3 leituras a perceber que escrevemos produnfo em vez de profundo, recomendo vivamente a audição de qualquer greatest hit do Meat Loaf (daqueles que duram pelo menos 9m) no volume máximo.

É como voar agarrado destemidamente ao pescoço do Falkor sobre montanhas assustadoras com o cabelo em ebulição e as bochechas disformemente empurradas para trás por causa do vento excessivo.

Claramente, a banda sonora que deus tinha a tocar durante aqueles seis dias.