A Agonia Escondida: Flora


Estava eu a passear o meu querido cão, quando reparei numa carrinha estacionada. Era branca e tinha o nome de uma empresa de limpezas escrito de lado em letras grandes, Cravolimpa. Certamente, o dono desta empresa não frequentou a aula de marketing da grande Escola, mundialmente reconhecida desde há 40 anos pela excelência de ensino, corpo docente e atenção personalizada aos alunos (onde é que devo ir levantar o comprovativo do meu 18 a matemática, por favor?), pois se tivesse andado, teria com certeza pensado num nome muito mais sonante e, principalmente, numa mascote/coisa - como lhe queiram chamar - bastaaante mais atraente! Tomei a liberdade de procurar a imagem na net (parece que o sr. dono-da-empresa até frequentou as aulas de informática da católica, porque o site (que existe, sim) até tem musiquinha de fundo) e de a colocar aqui, para que todos possam ter pesadelos esta noite.


É que mesmo sem vassoura, topava-se à légua que o cravo não ia ficar bem nas fotos. O cravo é feio e não é popular. O cravo é a flor que se senta sozinha no refeitório da escola e a quem as rosas e orquídeas fazem rasteiras, quando ele passa com o tabuleiro. O cravo não é feliz. O cravo não pode limpar bem, porque toda a gente sabe que um trabalhador satisfeito, produz mais e melhor. E o cravo não está satisfeito.

Sr. dono-da-Cravolimpa, contrate alguém da católica (e a Micro? será que também me podiam subir para 17?) e leve o cravo ao psicólogo.


Nota 1: se por acaso algum dos vossos pais for o dono da cravolimpa, desde já as minhas mais sinceras desculpas por não ter podido ofender a vossa empresa mais cedo, é que eu vejo muita televisão e sobra-me pouco tempo.

Nota 2: se acham que o cravo está satisfeito, porque se está a rir na foto, então deixo-vos uma palavra especial: photoshop.

3: coisas que as crianças NUNCA vão gostar de receber pelo Natal


- roupa. É a MAIOR frustração da vida, logo a seguir à descoberta de que é preciso pedalar para o raio do triciclo andar para a frente-

- brinquedos didácticos. Para quê os quadros com letras e números, quando o que se quer realmente é uma roupinha para a Barbie ir ao baile com o Ken ou uma pistola de água 3100 Super Jacto?

- uns patins, quando se passou dias a fio a pensar que aquela caixa enorme era a casa da Barbie.

3: mistérios da civilização humana


- luvas sem dedos. Para que servem? Para anunciar (sem palavras) acabei de vir do ginásio/acabei de estar com a Bonny e o Clyde/acabei de estacionar a minha harley?? E não venham com coisas do género ah é para aquecer as mãos e poder mexer em coisas ao mesmo tempo, que eu já vivo há muitos anos e sei perfeitamente que as partes das mãos que custam mais a aquecer são precisamente as pontas dos dedos.

- a cerveja mini. Para que serve? Que eu saiba, homem que é homem, nunca bebe uma cerveja só. Para quê criar uma que é ainda mais pequena? Só se for porque a garrafa é mais fofa e cabe no bolso (e, vá, porque assim podem dizer que beberam 20 e não caíram para o lado).

- tacho e panela. Qual a diferença? Esta perturba-me verdadeiramente. Mas mesmo. Help.

3: problemas existenciais + soluções


Qual a cura para as insónias?
Ir ao cinema ver Control ou Elizabeth: The Golden Age.

Como evitar gastar dinheiro num bilhete para Jack-ptui-Johnson que vem cá pela trigésima sétima vez?
Dar-me o dinheiro, que eu gasto-o bem.

Como cortar cebola sem chorar ou ficar com os olhos irritados?
Usar óculos de natação.

Nota: a primeira e a terceira foram provadas cientificamente .

Os Meus Dez Mandamentos


10 - não cobiçarás as mischas alheias.

9 - não pensarás em nada que não seja o próprio filme, quando estiveres no cinema

8 - não ouvirás músicas portuguesas que envolvam nomes próprios de mulheres ou divisões da casa

7 - não tirarás macacos na fila de trânsito

6 - não verás filmes que envolvam intensamente os seguintes: motas ou carros de corrida, jackie chanices, espadas ou punhais

5 - não trarás o teu radio portátil com kizomba e pô-lo-ás a tocar ao máximo num autocarro

4 - não estalarás os dedos com prazer ou assobiarás em momentos intensos da vida

3 - não lamecharás

2 - cuidarás dos livros do harry potter e repetirás todas as noites ao deitar eu sabia que o Snape era bom, eu sabia!

1 - viverás para o dear chiclete e para o dear chiclete apenas.


contou com a participação da amiga Samuelson (católica misses u)

Porque a vida de uma dona de casa pode ser realmente desesperante


Antes que alguém comece a gritar que eu sou a pessoa que menos tem em si o gene fada do lar, deixem-me esclarecer que, apesar da minha extrema incapacidade para fazer ovos estrelados ou... cof*arroz*cof (é verdade, tentei, voltei a tentar, voltei a voltar a tentar e fracassei), até apresento dois ou três neurónios domésticos. Faço diversas visitas ao supermercado (sei que é importante ver as datas de validade e se os ovos estão partidos ou não), aqueço coisas com bastante frequência (e, note-se, até tenho bastante jeito para a coisa!), sei para que servem os botões do forno e do fogão (aprendi recentemente que o forno funciona a electricidade e o fogão a gás de cidade (≠ gás de botija)), entre outras pequenas e pouco úteis coisas.
Hoje, foi um dia assim, em que desempenhei o papel de pequena-dona-de-casa-vai-ao-supermercado-comprar-iogurtes-e-nestum. Tarefa esta, que, como terão a oportunidade de verificar, não é pingo doce, perdão, pêra doce. Tiro o chapéu às donas de casa.
Estava eu a começar a ser atendida (pedi dois sacos de plástico), a senhora da caixa deu-mos, perdão, vendeu-mos e começou a blipar as minhas compras. E de repente, sem qualquer aviso, a tragédia começou! Eu, a lutar para conseguir abrir o primeiro saco, e a senhora da caixa só a blip blip blip a 100 à hora. As compras acumulavam-se e eu ainda não tinha aberto o saco! O suor acumulava-se na minha testa em gotas nada sensuais e os meus dedos não obedeciam às ordens enviadas. Foi então que, já em profundo desespero, cedi e recorri à comum e reles técnica da lambidela do dedo. Senti-me feia e suja, não-merecedora das belas compras que então ensacava. O segundo saco foi mais fácil e as restantes compras, que já ocupavam toda a área disponível, lá foram arrumadas mais rapidamente. Mas a vergonha... oh a vergonha. Essa continuou comigo enquanto saía do estabelecimento e acompanhar-me-á para o resto da vida. A senhora da caixa não foi simpática, é verdade. Não foi prestável. Mas eu... eu dei a lambidela.

Update: afinal sou eu que estou no sopé da pirâmide da cadeia alimentar da sociedade.

2 anos a encher papel cor-de-rosa


Querido dear chiclete,

Queria desejar-te um feliz aniversário em espanhol, mas só me está a sair feliz navidad. Para compensar, deixa-me dizer-te que és um maravilhoso preenchedor do meu tempo e um verdadeiro pro a fazer-me crer que serves realmente para alguma coisa.
Como disse um dia (alerta! estou prestes a atingir o ponto máximo do egocentrismo: vou citar-me a mim própria1), isto de ter um blog é como publicar um livro e ter milhões de pessoas a lê-lo, embora, a um nível muito, muito, muito menor. Mas, porque eu sou uma pessoa muito pouco monotónica (isto foi uma piada económica - uma função monótona é aquela em que ter mais é melhor que ter menos)2, ter um milhão ou apenas 7 macacos a ver o blog, sabe-me tudo ao mesmo (mental post-it: não utilizar as palavras macacos e sabe-me na mesma frase).
Resta-me acrescentar, no caso de o Google querer lançar uma OPA sobre o dear chiclete, que este apresentou um crescimento de mais de 200% no que diz respeito ao número de visitantes, durante o último ano.

Termino assim, na esperança de que tenhas um muito feliz navidad e agradecendo ferverosamente os teus visitantes (alerta hipocrisia! porque nada disto seria possível, sem eles).

Obrigada e um big bow a todos.

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1prometo que isto não volta a acontecer
2nem isto

Nota: para quem estava distraído a ver o Jorge Gabriel a rir-se do Joãozinho e da Martita, este post pretendia felicitar o dc pelo seu segundo aniversário.

o dc descobriu - vol 2


Descobri quem está no sopé da pirâmide da cadeia alimentar da sociedade urbano-humana . É verdade. E digo-vos já, sem mais rodeios, quem não é:

- não é o sr. toy. Não, não é ele. É um facto que ele sucka completamente no mundo da música e que a sua existência faz parte do meu top 5 de razões para mudar de nacionalidade, mas, temos que assumir, ele tem um nome fofo. C'mon. toy é fofo. toytoytoytoy. É fofo, vá.)

- não é a criancinha que mora por cima de mim e que anda a aprender a tocar o quê, o quê?! FLAUTA. Oh yeah. É verdade. Um pifarito. Tiroliroli um pifarito. Tiroliroli um tiro na cabeça da rita. Ai olé ai olé, foi na loja do mestre andré.

- não é o jovem homem que ainda há pouco, enquanto passeava a murph, me disse assim muito encantadoramente então menina, ganda caniche, hã? Gostei do menina. Senti-me logo lisonjeada. Gostei do ganda. Faz-me lembrar o Gandhi - o herói de todas as adolescentes anorécticas - que até era boa pessoa. Mas, acima de tudo, gostei especialmente do , uma palavra tão forte e tão cheia de personalidade e que ultimamente tem caído em desuso, para grande desgosto meu.

E como a paciência é uma grande virtude e não sou nada virtuosa, vou rapidamente revelar quem está sentadinho na base da cadeia alimentar.

Tcham tcham tcham tchaaammm (que me dera que o isto tivesse música de fundo)! E o prémio vai para: os homens que passam no seu descapotável (ou mini-carro dotado de um valente vroom vroom) e que tão generosamente permitem às 10.000 pessoas que habitam na zona um bonito momento musical (geralmente kizomba, ou algo da família deste género musical melodioso). Voilá.