Eu e as minhas felicidades ridículas
Nunca mais uso canetas.
Também tenho uma caixa nova de carimbos.
Nunca mais uso canetas.
Também tenho uma caixa nova de carimbos.
Tenho as undercheeks a transpirar só porque estou de calças vestidas.
Felizmente, amanhã já volta a estar mau tempo, não fosse alguém ousar tirar partido deste calor e emanar felicidade e alegria.
Fui trabalhar ao Porto durante um dia e o highlight não foi ter andado de metro, nem ter aprendido que pastéis de bacalhau são bolinhos de bacalhau, mas sim o facto de a senhora do restaurante onde fui almoçar me ter dito aos quatro segundos de jogo, enquanto movimentava mesas e cadeiras: Olha o cu menina.
Nunca um ba dum tss fez tanta falta.
Haverá algo pior que sair de uma entrevista e reparar instantes depois que tinha uma nódoa na camisa? Beeeem visível. Assim daquelas que grita "comi à pressa para vir para aqui a horas e agora só estou a conseguir provar que na realidade sou um porco".
Outras vezes penso que sou deus. Enfim, todos temos as nossas inseguranças.
De phones nos ouvidos, sinto a cabeça a vibrar ao ritmo tranquilo de Playgroung Love e absorvo o aroma de um triângulozinho de Toblerone que alguém me ofereceu e que eu educadamente reservei para mais tarde apreciar. Que doce a minha vida, penso de cara sorridente, enquanto olho pela janela.
Rapidamente a paz é interrompida por um ser volumoso que passa por detrás da minha cadeira, pontapeando-a graciosamente. Volto a baixar a cabeça para o ppt dantesco de tons cinzentos e letras mínimas que chama por mim - todos os dias.
Sexta-feira. Por algum milagre antes da meia-noite estava pronta para ir para a cama (eu sei, eu sei...). Penso, com o peito cheio de orgulho e esperança, amanhã não tenho nada para fazer de manhã! Posso acordar absolutamente às horas que quiser. Tardíssimo!
Sábado, 08h30, o Sol, as galinhas e eu pestanejamos os nossos olhos vivaços há mais de meia hora, conferenciando uns com os outros, será que se aguentarmos na cama até às 9h já conta como tarde?!
Hoje de manhã, enquanto abotoava a camisa branca do dia de olhos postos na massa cinzenta que ocupava o céu, gritei para a Siri e perguntei-lhe se precisava de levar chapéu de chuva. Ela disse que era melhor.
Isto, aliado ao facto de ela me chamar Rita Master of the Universe, é coisa para alegrar o meu dia independentemente de quantidade de chuvas de granizo que me caiam em cima só porque sou demasiado orgulhosa para andar de chapéu de chuva (estou a desejar ardentemente que este orgulho otário se dissipe aos 30, pois passo a vida de cabelo encaracolado e não são lindas beach waves).
Aprendi recentemente que andei 29 anos a descolar post-its de forma errada (tantas imperfeições que poderia ter evitado quando aos 10 meses colava post-its nos biberons para distinguir o da manhã do da tarde...).
Arranca-se o post-it do bloco puxando pelo lado e não por baixo, de forma a evitar post-its de saia levantada Monroe sobre a grade do metro style.